Quando a
noite agasalha o dia,
e as casas
acolhem os seus habitantes,
ouvem-se,
após as refeições, murmurar
aqui e
acolá, Pais Nossos e Avé Marias.
E o silêncio
só é interrompido, pelos roncos
de quem
descansado repousa.
Quem ao
relento descansa,
só as
estrelas o agasalham e alumiam,
e para além
dos roncos das barrigas vazias,
ouvem-se
pedidos de proteção a estranhos deuses,
para que
ninguém descubra que ali dorme um imigrante
e não o
maltratem, misturados com apelos dos habituais sem- teto,
ao Anjo da Guarda, para que nada lhe aconteça
e possam
viver mais um dia.
Jorge C. Chora
19/8/2025

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