Mal a cabeça de Tobias assomou à porta, as conversas pararam no café. Todos os dias dizia ter uma profissão diferente. Que personalidade apresentaria hoje? A de cirurgião, de militar, polícia ou charlatão? A curiosidade fervilhava.
Tobias entrou com uma mão atrás das costas, barriga espetada, coçando o queixo, como se afagasse uma barba. Os presentes não perceberam qual o papel que assumira.
Pareceu-lhes, pelo ar altivo e sobranceiro com que olhava os clientes, uma espécie de…de…banqueiro.
Tentaram a sorte:
-Ó amigo…se o seu banco nos emprestasse algum dinheiro…
Olhou-os com um ar pensativo e acabou por anuir:
-É uma questão de negociarmos…de quanto precisam?
-Quaisquer cem mil euros chegam…
-Bom, então é só abrirem conta com cerca de duzentos mil. Faço-lhes uns juros à cabeça de 15% e nos primeiros seis meses pagam abaixo de 20%…melhor do que isto…
Entreolharam-se os “candidatos ao empréstimo” e retorquiram:
-Mau…nem mesmo um banqueiro negociava assim…quer dar-nos um chouriço em troca de uma vara de porcos!
-Têm toda a razão. Já fui banqueiro Agora sou só director-geral - e, com um ar abatido, dá meia volta e sai.
Jorge C. Chora
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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Quantos há como o Tobias?
ResponderEliminarEste Tobias faz lembrar cá uns banqueiros...
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