Chamou-me hoje a
atenção, na Amadora, uma condutora jovem com um ar triste, numa viatura pequena
e velha, parada num sinal luminoso. Quase instintivamente, sorri-lhe.
A mulher olhou-me, fez uma cara feia, largou o volante e
apressou-se a trancar o carro, tudo isto numa fracção de segundos. Primeiro
achei graça, pois a resposta da jovem mulher a uma mensagem que pretendia ser
de simpatia e compreensão, foi absolutamente inesperada. Depois, num relance
muito rápido, verifiquei que ela era pequena, não devia nada à beleza, que o ar
que eu identificara como tristeza, seria o reflexo de um interior pobre, preconceituoso e triste.
Que culpa tinha ela, se a vida a tornara assim? pensei,
enquanto segui o meu caminho para a mercearia, por passeios com altos e baixos.
E foi assim que hoje, dia 1 de Setembro de 2015, perdi alguns
segundos, com uma menina feia, triste e convencida de que o mundo girava à sua
volta.
Jorge C. Chora
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