segunda-feira, 13 de agosto de 2018

TÃO INVEROSSÍMIL QUANTO UM INSECTO DE BENGALA


              


Adoro cozido à portuguesa. No distrito de Lisboa são muitos os restaurantes que fazem este prato. Havia um que era exímio na sua confecção e que, para mim, se não era o melhor, estava entre os melhores.
Há anos que que não ia lá comer e neste agosto tive a oportunidade de o fazer. Antes não o tivesse feito. O arroz estava deslavado, a couve mal cozida, o feijão branco tal e qual tinha saído da lata e a carne estava salgada. Um horror!
Sinto-me traído e também de consciência pesada:  aconselhei durante anos algo que deixara de corresponder, não só aos padrões de excelência, como também aos mínimos de qualidade.
Desconheço desde quando a confecção deste prato, neste restaurante, decaiu até este ponto, mas acredito que quem é capaz de apresentar uma refeição assim, só pode ter perdido o brio.
Penitencio-me dos meus conselhos e faço mea culpa por tê-los dado. Em minha defesa, se é que ela é possível, só posso dizer que esta situação se me afigurava tão inverossímil quanto a possibilidade de ver um tubarão de boina ou um insecto de bengala.

Jorge C. Chora
   13/8/2018

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