quinta-feira, 4 de agosto de 2022

FREDERICO E JOANA


Os negócios de Frederico, iam de mal a pior. Tivera algum sucesso, conseguira algum dinheiro, mas ao procurar enriquecer de modo rápido, comprara ações que caíram a pique e o deixaram praticamente falido.

Com o pouco dinheiro que lhe sobrara, puxou pela cabeça, mas nenhuma, mesmo nenhuma ideia melhor lhe surgiu, senão o dar o golpe do baú.

Bem parecido e fazendo-se transportar num descapotável, passou a frequentar uma boa pastelaria no Estoril.

Conheceu Joana, uma bela trintona de pescoço alto, encimada por uma ainda mais bela cabeça, dotada de grandes e brilhantes caracóis negros.

Joana, sempre rodeada por duas amigas, despertou-lhe a atenção logo que a viu.

 O seu à-vontade, a voz modelada e o seu pescoço, atraíram-no. Via-se que respirava saúde e acima de tudo, saúde monetária.

A atração foi mútua e a sua aproximação foi como chegar  fogo à palha.

Tornaram-se íntimos. Frederico convidou-a para alguns jantares em bons restaurantes da linha. Daí até a um relacionamento mais íntimo foi um passo.

Ao fim de uma semana, Joana, com sorriso cândido e um ar sedutor, ainda despida, voltou-se para Frederico e disse-lhe:

-Frederico, está na hora de fazermos contas…

Frederico, algo surpreso, perguntou-lhe:

- Contas? Como assim? Não quero que pagues nada! Eu é que te tenho convidado!

- Não estás a perceber… estou contigo há uma semana… eu costumo levar por dia, 500…

Frederico, de repente, percebeu: Joana era uma acompanhante de luxo!

-Tem graça, Joana. Eu costumo levar cinco mil ao dia, mais as despesas. Deves-me, portanto…

Entreolharam-se e deram uma enorme gargalhada. Tornaram-se parceiros de ofício e se os vir

nalgum lugar de luxo, não julgue ser o seu dia de sorte e ter feito uma conquista miraculosa.

 

Jorge C. Chora

   4/8/2022

 

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