Os negócios de Frederico, iam de mal a pior. Tivera algum sucesso, conseguira algum dinheiro, mas ao procurar enriquecer de modo rápido, comprara ações que caíram a pique e o deixaram praticamente falido.
Com o pouco dinheiro que lhe sobrara, puxou pela cabeça, mas
nenhuma, mesmo nenhuma ideia melhor lhe surgiu, senão o dar o golpe do baú.
Bem parecido e fazendo-se transportar num descapotável,
passou a frequentar uma boa pastelaria no Estoril.
Conheceu Joana, uma bela trintona de pescoço alto, encimada
por uma ainda mais bela cabeça, dotada de grandes e brilhantes caracóis negros.
Joana, sempre rodeada por duas amigas, despertou-lhe a
atenção logo que a viu.
O seu à-vontade, a
voz modelada e o seu pescoço, atraíram-no. Via-se que respirava saúde e acima
de tudo, saúde monetária.
A atração foi mútua e a sua aproximação foi como chegar fogo à palha.
Tornaram-se íntimos. Frederico convidou-a para alguns
jantares em bons restaurantes da linha. Daí até a um relacionamento mais íntimo
foi um passo.
Ao fim de uma semana, Joana, com sorriso cândido e um ar
sedutor, ainda despida, voltou-se para Frederico e disse-lhe:
-Frederico, está na hora de fazermos contas…
Frederico, algo surpreso, perguntou-lhe:
- Contas? Como assim? Não quero que pagues nada! Eu é que te
tenho convidado!
- Não estás a perceber… estou contigo há uma semana… eu
costumo levar por dia, 500…
Frederico, de repente, percebeu: Joana era uma acompanhante
de luxo!
-Tem graça, Joana. Eu costumo levar cinco mil ao dia, mais
as despesas. Deves-me, portanto…
Entreolharam-se e deram uma enorme gargalhada. Tornaram-se
parceiros de ofício e se os vir
nalgum lugar de luxo, não julgue ser o seu dia de sorte e
ter feito uma conquista miraculosa.
Jorge C. Chora
4/8/2022
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