Lugar para parquear era algo inexistente no local. O idoso circulou quase meia hora no sítio, mas sem qualquer sucesso.
De repente,
surgiu uma vaga. O idoso estava impedido de a apanhar de imediato, porque havia
um sinal de proibido e foi obrigado a tornear todo o parque.
Quando
estava a cerca de 20 metros, apareceu uma viatura em sentido contrário e num
ápice ficou com o lugar. O usurpador saiu ufano da viatura, olhando de modo
sobranceiro para o atónito condutor que ficara sem o sítio.
Ainda mal se
afastara da viatura, quando um polícia lhe solicitou os documentos.
A
contragosto mostrou-os, não sem que perguntasse:
- Documentos
para quê se estou apeado e não fiz nada?
O jovem agente,
percebeu que estava perante um sabichão, pois tinha-o visto entrar em sentido
proibido e a abotoar-se com o lugar.
-O senhor
sabe a manobra que fez ou já se esqueceu?
- Manobra?
que manobra?
-O Jovem
sorriu e perguntou-lhe:
-Quer que eu
pergunte àquele condutor, a quem tirou o lugar, o sinal de trânsito que não
respeitou?
- Olhe
senhor agente, não vi sinal nenhum… -desculpou-se o espertalhão.
-Então os
seus documentos não estão atualizados e isso dá direito a…
O esperto
não o deixou acabar a frase:
-Estão sim
senhor. Eu moro mesmo aqui em frente…
-Bom, então
sabia que existia o sinal. Vou ter de lhe passar uma multa e olhe que é bem
pesada…
A conversa
mudou imediatamente de rumo.
-Bem… não há
outra maneira de resolver o assunto…- arriscou o prevaricador.
-Mau, agora
está a tentar fazer o quê… isto vai de mal a pior…
-Peço-lhe
desculpa… e se eu tirar o carro?
-A falta já
foi cometida, mas pelo menos mostra arrependimento e vontade de emendar o erro…
E o esperto
tirou o carro e com tanta sorte que bem perto viu um livre. Quando ia parquear,
apareceu outro carro, em sentido proibido, que o ocupou. Desta vez não havia
polícia à vista.
Não sei se
ainda hoje anda à procura de estacionamento no local!
Claro que
tudo isto só aconteceu na cabeça do idoso, que ficou pura e simplesmente sem o
lugar e que sonhava que o caso se deveria ter passado assim!
Jorge C.
Chora
23/12/2022
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