Com pompa e circunstância, foi inaugurada na terra uma piscina e os seus modernos apoios.
Nesse dia as
entradas eram gratuitas para todos os habitantes, independentemente da idade,
após os longos e enfadonhos discursos do presidente, vice-presidente, e de uma
séria infindável de autarcas, agravado pelo facto de nenhum ter o discurso
escrito.
Terminadas
as ladainhas laudatórias, foi uma correria para os balneários.
D.
Ermelinda, uma nonagenária cheia de vitalidade, foi atrás dos ansiosos
banhistas, embora mais lentamente, porque as pernas já não eram tão jovens como
ela desejava.
Quando por
fim entrou no balneário, ouviu um coro de protestos:
- Isto é o
balneário dos homens, minha senhora!
D. Ermelinda,
abriu bem os olhos, deu uma gargalhada e exclamou:
- Abençoado
engano. Assim recordo-me como vocês são… - e deu meia-volta e foi à procura do
balneário das senhoras.
No diário
que mantinha, escreveu: Não me importava que todos os dias fossem como o de
hoje.
Jorge C.
Chora
14/12/2022
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