terça-feira, 27 de dezembro de 2022

PESCAR À GARFADA


Qualquer um se julga apto a pescar a garfo, no prato, uma boa posta de pescada, ou mesmo a caçar um naco de javali.

Não é disso que se trata, nem de fanfarronices abstrusas que versa a crónica.

O sr. João Brás, quando era jovem, morava na Carvoeira, próximo do rio Lizandro, mais propriamente, da foz do rio Lizandro.

Quando a maré estava baixa e a água do mar não invadia o rio, andava-se a pé no leito do rio, levantavam-se as pedras no seu leito e podiam encontrar-se enguias. Estas eram então pescadas com um simples garfo.

Em dias de maré cheia, o rio também se enchia de robalos, tainhas e outros peixes e esses, não podiam ser pescados à garfada,

mas com tarrafas, redes feitas pelo seu pai que entre os múltiplos ofícios a que se dedicava, se contavam o de fazer redes e de pescador.

E era assim que ainda se podia pescar, à garfada, na década de sessenta

e deliciarem-se com enguias bem frescas e saborosas.

Hoje não sei se isso ainda é possível, mas hei de averiguar, pois uma caldeirada de enguias nunca é de enjeitar, ainda por cima pescadas à garfada!

 

Jorge C. Chora

27/12/2022

 

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