Qualquer um se
julga apto a pescar a garfo, no prato, uma boa posta de pescada, ou mesmo a
caçar um naco de javali.
Não é disso que
se trata, nem de fanfarronices abstrusas que versa a crónica.
O sr. João
Brás, quando era jovem, morava na Carvoeira, próximo do rio Lizandro, mais propriamente,
da foz do rio Lizandro.
Quando a
maré estava baixa e a água do mar não invadia o rio, andava-se a pé no leito do
rio, levantavam-se as pedras no seu leito e podiam encontrar-se enguias. Estas
eram então pescadas com um simples garfo.
Em dias de
maré cheia, o rio também se enchia de robalos, tainhas e outros peixes e esses,
não podiam ser pescados à garfada,
mas com
tarrafas, redes feitas pelo seu pai que entre os múltiplos ofícios a que se
dedicava, se contavam o de fazer redes e de pescador.
E era assim
que ainda se podia pescar, à garfada, na década de sessenta
e deliciarem-se
com enguias bem frescas e saborosas.
Hoje não sei
se isso ainda é possível, mas hei de averiguar, pois uma caldeirada de enguias
nunca é de enjeitar, ainda por cima pescadas à garfada!
Jorge C.
Chora
27/12/2022
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