Ideias sem
raízes,
levam-nas as
brisas
e não se cultivam,
nem na terra,
nem em lugar
nenhum.
Só aos
falsos mágicos,
pelas cabeças
lhes passam,
culpabilizar
os ventos de as fazerem fracassar!
Jorge C. Chora
2/11/2025
Ideias sem
raízes,
levam-nas as
brisas
e não se cultivam,
nem na terra,
nem em lugar
nenhum.
Só aos
falsos mágicos,
pelas cabeças
lhes passam,
culpabilizar
os ventos de as fazerem fracassar!
Jorge C. Chora
2/11/2025
Natércia é
mulher
por meia Lisboa
amada,
bronzeada pelo
sol
e acariciada
pelo vento,
que o seu
aroma a canela
pela cidade
espalha.
É jovem e é
dada,
a todos
beija, das crianças
aos velhos
babados.
O seu por de
pé é elegante,
o seu trato
um encanto.
O seu aroma cativa
a outra metade de Lisboa,
recordando o
arroz-doce,
os deliciosos
biscoitos de canela
e o
maravilhoso bolo de maçã e canela.
Todos gostam
dela, dourada pelo sol,
de sardas por
Deus distribuídas,
recordado o seu
aroma os cheiros d’outrora,
e os d’agora,
a que Lisboa também se rende,
como aos
pastéis de Belém.
Jorge C. Chora
29/11/2025
PROGAMA PARA
HOJE
Hoje não
estou para ninguém.
Vou procurar
o sol,
esteja ele
onde estiver,
escondido
ou armado em foragido,
encontrá-lo-ei
e não
vou simplesmente cumprimentá-lo,
vou
prolongar a conversa,
de modo a
sair quente e satisfeito,
quer ele
queira ou não.
Jorge C. Chora
28/11/2025
Apontai-nos
Senhor,
por favor,
uma terra onde
os sorrisos
possam
florescer livres,
como as
searas ao vento,
e o pão saboreado,
sem que
ninguém seja despedaçado
no berço ou
na sua cama,
dormindo ou
fazendo amor.
Apontai-nos
Senhor,
por favor,
uma terra
onde os poderosos
do crime e
das chacinas,
sejam
impedidos de entrar,
e sejam
julgados e condenados
por cada uma
das crianças, mães,
pais e avós assassinados
sem culpa
e sem dó.
Apontai-nos
Senhor,
por favor,
uma terra
onde a solidariedade impere
e só os
injustiçados,
vivam em paz
e consigam livrar-se dos pesadelos,
se amem e
reproduzam em paz e sossego,
povoando a
terra de gente simples,
sem instintos
de poder e subjugação dos seus irmãos.
Apontai-nos
Senhor,
por favor,
uma terra
onde o corpo humano,
por Vós criado,
não seja visto
como ofensivo,
mas amado e
por todos visto e respeitado
e não com o
algo que se esconde e tapa,
como um vil
e asqueroso excremento,
que fede e de
todos se deve esconder,
desdizendo e
emporcalhando a Vossa própria obra.
Por favor,
Senhor…
Jorge C. Chora
25/11/2025
UM BEIJO É
Uma bênção.
Uma carta de amor
não escrita,
mas gravada nos lábios
do ser amado,
no qual confessa,
tudo o que por escrito
foi incapaz de dizer.
Jorge C. Chora
22/11/2025
Nos meus olhos vives,
seja noite ou dia,
a povoá-los de alegria
e da minha razão de ser.
Oxalá nunca te perca de vista,
nunca de mim escondas,
sabendo tu,
o mal que me causarias,
se de tal maldade te lembrasses,
pois de tristeza morreria!
Jorge C. Chora
21/11/2025
Nasceu enorme e ainda maior se tornou, ao crescer e ao
chegar à idade adulta.
Sofria de aerofagia e não conseguia passar despercebida,
mesmo que quisesse.
Na rua onde morava, com o passar dos anos e a morte de
muitos dos comerciantes idosos que ali exerciam o seu ofício, as lojas foram
sendo ocupadas por comerciantes de várias proveniências, tais como: chineses, paquistaneses, passando por
indianos e africanos de várias proveniências.
A senhora envergonhava-se dos flatos sonoros que dava ao
passar pelas suas portas. Os comerciantes olhavam-na de lado, atribuindo o
facto ao desprezo que ela por eles tinha.
Delicada como era, decidiu explicar-lhes a sua doença,
embora muito envergonhada. Chegou a propor-lhes aprender o início de uma canção
de que gostassem e ela esforçar-se-ia por reproduzir alguns desses sons.
- Não é preciso, minha senhora. Não faça isso, pois ficaria
mais tempo à nossa porta e seria mais notada!
- Têm razão, peço desculpa.
- Pode é fazer-nos um grande favor…
-Digam, se eu puder …
-Ali, aquela sede política cujos membros nos insultam todos
os dias e todos os dias nos criam problemas, é que podia mudar-se para outro
local se fosse possível…
-Como?
- Se a senhora fizesse todos os dias os seus telefonemas, o
mais demorados possíveis, à sua porta e ali permanecesse até conseguir fazê-los
todos…
- Percebi…
Dois meses depois a sede mudou-se.
A partir dessa altura a senhora passou a ter desconto em
todas as lojas da rua. Ninguém mais se incomodou com os sonoros flatos, até
porque eram só sonoros e quase nada fedorentos.
Jorge C. Chora
20/11/2025
Se os santos
não a aceitam
e os diabos a
rejeitam,
não há
motivos de receio:
não pende
para santa,
nem é fã do
diabo,
embora por
vezes oscile
de uns para
outros,
como
todas(os) nós,
pois ninguém
quer morrer
santinha ou santinho,
sem provar o
sabor das bocas,
conhecedoras
de todos os recantos
por onde as
suas línguas andaram.
Jorge C. Chora
19/11/2023
Há anos
zangados,
entraram apertados,
numa porta
estreita,
num
restaurante por ambos frequentado.
Entreolharam-se
e um deles perguntou:
-Ainda me
queres apertar o pescoço?
Não, é
altura de apertarmos as mãos.
- Totalmente
de acordo, respondeu o outro,
estendendo a mão que foi prontamente apertada.
Firmadas
foram as pazes e comemoraram o acontecimento,
bebendo para
além da conta.
Ao chegarem
a casa, destilando vapores e de andar serpenteante,
ambas as
esposas, reagiram do mesmo modo: apertaram-lhes o pescoço.
Jorge C.
Chora
15/11/2025
Tenho um
frondoso castanheiro,
onde se reuniram
as moças da minha aldeia,
num belo dia
de outono.
Entre elas
conheci uma de saia rodada,
de cabelos
alourados,
e um tanto
ou quanto descarada.
Mal a vi,
pisquei-lhe o olho direito
e ela retribuiu-me,
piscando-me o esquerdo.
Ofereceu-me
umas castanhas dizendo:
-São do teu
castanheiro e são muito boas,
agora ofereço-te
uma água-pé,
lá da casa
do meu pai, enquanto dizia:
-Comemoramos
o São Martinho e para festejarmos a contento,
dou-te um
beijo e tu dás-me outro.
Nunca mais
nos separámos e o diabo da mulher,
exige receber
tantos beijos quantos ela me dá,
e nem um nem
outro se nega a dá-los com fartura,
à sombra do
enorme e frondoso castanheiro,
intervalando
com as castanhas e água-pé,
seja ou não
dia de S. Martinho.
Jorge C. Chora
11/11/2025
O REGRESSO À PRÉ-HISTÓRIA
O ser humano
ainda não se convenceu de que o mundo é um só.
Oxalá me
engane, mas o que está à vista não augura nada de bom.
A força de
armas, o roubo de territórios, a subjugação pela força
ou pelo domínio
económico, o desrespeito pelo ambiente, continuam
a ser a
força de se imporem, desde os seus ascendentes do
cró-magnon,
acrescidos das modernas técnicas hodiernas.
A técnica
evoluiu, mas a natureza humana parece ter regredido,
conservando
os laivos de agressividade, da barbárie, da selvajaria,
do
canibalismo, do genocídio e dos crimes de guerra.
Será
possível mudar? Não sei, confesso.
Suspeito que
a humanidade se reduzirá ao ponto de perguntar:
- Como foi
isto possível? - enclausurados nos raros sarcófagos
verticais que escaparam à destruição.
Só um museu
da barbárie poderá dar a resposta aos sobreviventes,
ou aos
historiadores, se algum escapar.
Jorge C.
Chora
10/11/2025
A saudade é
um pau de dois bicos,
sendo um de
algodão e anseio,
de rever algo
ou alguém ausente;
o outro,
pela saudade ou desejo
de regressar
ao tempo de paz e sossego,
anterior à
época de quem preferia,
nem sequer
ter conhecido.
Jorge C. Chora
9/11/2025
É a arte cujo
princípio
é não
abordar o essencial,
e não dizer toda
a verdade,
fingindo o
interlocutor,
acreditar
naquilo que lhe
disseram
pela metade.
O resultado
do encontro,
é considerado
positivo,
quando resulta
na marcação,
de uma data
para o próximo encontro das delegações.
Jorge C. Chora
6/11/2025
O teu sorrir
revela quem és:
se doce,
meigo,
ou comedido,
moderado e cortês.
Se a beiça
levantas, malvadez;
se olhares
por cima, arrogância e altivez;
caso digas coisas
despropositadas, embriaguez;
e se nem
sequer te dignas a olhar, rudez;
mas se
aberto, e sincero, transpiras amizade.
E todos os
sorrisos são interpretados,
pela pessoa
a quem sorris,
embora nem
sempre correspondam
à verdade do
teu sorrir e possas interpretá-lo,
pelo sorriso
com que te responde.
Quiçá os
sorrisos são recíprocos
e caem nos
braços um do outro!
Jorge C. Chora
4/11/2025
A tristeza é
um gemido,
forçado a
estar calado,
que julgamos
passar despercebido,
aos olhos de quem nos vê.
É um estado
d’alma,
uma desconformidade
latente
com ou sem
causa definida,
mas
pressentida com algo que se passa.
Jorge C. Chora
1/11/2025
Entrava
fosse onde fosse,
transpirando
arrogância.
Não
cumprimentava ninguém
ou
correspondia,
aos cumprimentos de alguém.
Dizia
trabalhar num banco,
olhando com
desdém,
para todos,
como zés-ninguéns.
Num belo
dia, foi vista num banco,
por um dos
designados zés-ninguém,
fardada de
segurança.
- Afinal é
segurança? – surpreendeu-se.
- Pode não
acreditar, mas acordei hoje
a acreditar que era o Halloween!
- O
Halloween em meados de dezembro? -
surpreendeu-se.
A “funcionária
bancária”,
nunca mais
compareceu nos locais
onde se
pavoneava,
como, se ser
segurança fosse uma indignidade,
uma
despromoção de Sr ª Dona, a vagabunda.
Jorge C.
Chora
1/11/2025
João nasceu
para amar.
Ama as feias
e as mais bonitas,
as
inteligentes e as menos dotadas, ´
porque
ninguém tem culpa de como nasceu.
Foi dotado
de um enorme amor,
tornou-se
vadio e marinheiro,
navegando em
marés-chãs ou em mares agitados,
abordando as
ondas por cima ou por baixo.
Para
desesperança das amadas,
já basta
saberem que nenhuma ao morrer,
terá direito
a um monumento idêntico ao Taj Mahal,
mas em
compensação, será idolatrada,
tal como o
imperador Saha Jahan idolatrou Mumtaz Mahal.
Que bom
seria se o mundo fosse assim!
Jorge C. Chora
28/10/2025
Dar o dito por não dito,
e o não dito por dito,
afinal,
fica o dito por não dito
ou o não dito por dito?
Quem ouve, aturdido fica,
sem saber se foi ou não dito,
acabando por acreditar
ter sido dito aquilo que não foi dito!
Um político sagaz, nunca se compromete
em ter dito fazer o que não fez
ou se por acaso, calhou fazer,
garantir ter dito sempre que faria.
E os papalvos acreditam que ele
não disse o que disse
e nunca deu o não dito por dito!
Jorge C. Chora
26/10/2025
O CRUZAR DE
OLHARES
O cruzar de
olhares,
por vezes, denuncia
o amor.
Quando ele
se quer ocultar,
desviam-no
para não o mostrar,
mas lá virá
o dia,
em que o
querem declarar.
Voltam a
cruzar os olhares,
e a
renderem-se ao desejado
e até aí
escondido amor,
penalizando-se
pelo tempo perdido,
por não
terem estado nos braços um do outro.
Jorge C. Chora
22/10/2025
Nas calçadas
de Lisboa,
e arredores,
não é
pressuposto haver cascas de banana.
Existem
pedras polidas,
muito escorregadias,
formando ondas,
declives,
pequenas
colinas, altos e baixos
acompanhando
o terreno e escondendo
armadilhas,
pior do que as bananas escorregadias.
Em tempo de
chuva,
só devem
circular, quem pratica patinagem artística,
ou as mais
belas das damas,
pela certeza
de serem amparadas,
embora atualmente,
não constituir esse facto,
uma certeza!
Jorge C.
Chora
21/10/2025
No mar me banho,
nele me curo das neuras
e longe dos impuros.
Nele me embalo,
nas ondas mergulho,
nelas navego,
deixo que me empurre
e também me acaricie.
Com ele discuto, quando
me projeta para onde não quero
e luto para voltar para onde me apetece,
amigos sim, mas, negócios à parte,
esteja ele azul, verde, cor de esmeralda,
ou em dias de praia mar.
Jorge C,
Chora
19/10/2025
Nas noites
de lua escondida.
chispam os
olhos de Ermelinda
e dos seus lábios
entreabertos,
um aroma a
margarida,
e um amor
que convida,
a uma noite de amor vivida.
Jorge C. Chora
12/10/2025
INAGEM DE IA
CONSELHOS INTERESSEIROS
Se amas alguém,
não o(a) desdenhes
a conselho de ninguém.
Certifica-te também,
se eles não têm origem
no amor que por ele(a) também sentem
e se não serão formas de te afastarem
e o(a) verás de braço dado no dia seguinte,
com aquele (a) que era teu e agora é dele (a)!
Jorge C. Chora
9/10/2025
IMAGEM DE IA
OS CHACAIS
DISFARÇADOS DE ROUXINOIS
Gostava de
ouvir um canto,
quebrar o
desencanto,
das gentes
desavindas,
muitas sem
saber porquê.
Teria este
canto, o poder
dos povos
sacudirem
os ditadores
e todos os facínoras,
atribuindo-lhes
o prémio Pinóquio,
e o nobel da
Javardice,
entregando-os,
a eles e aos seus
criminosos
colaboradores,
ao Tribunal
Internacional,
como exemplo
do que nunca mais se
deverá
repetir nos próximos séculos,
de
chacais disfarçados de rouxinóis!
Jorge C. Chora
8/10/2025
IMAGEM DE IA
A PERFEIÇÃO
DOS TEUS LÁBIOS
São teus
lábios.
uma obsessão,
tão
perfeitos eles são,
e os meus
olhares,
só pecados
não são,
porque
originados por pura admiração!
Não me canso
de os ver,
de manhã. à
tarde ou ao anoitecer.
Ao anoitecer,
confesso,
ter tantos, mas tantos
pensamentos
pecaminosos,
que receio
não ter absolvição,
independentemente
dos Pais Nossos,
ditos sem
nenhuma convicção.
ou sequer um pingo de arrependimento.
Jorge C. Chora
1/10/2025
IMAGEM DE IA
OS CRÁPULAS
Já alertava o Zeca
que não havia,
“só gaivotas em terra”.
De facto, há
abutres,
cobras peçonhentas,
sapos venenosos
e outros
crápulas,
a povoá-la.
Ascendem ao
poder,
instrumentalizado
a democracia,
governando contra
todos,
em benefício
d’alguns,
enquanto
eles o servem,
para depois
os colocarem de parte,
ao deixarem
de os servir!
Jorge C. Chora
30/9/2025
A FALSA ROSA
Conheci uma
Rosa
e curiosamente,
de rosa nada
tinha,
exceto os
espinhos,
devido a ser
tão assertiva.
Enganam-se,
todos aqueles
ao pensarem
numa Rosa
espinhosa e pouco bela,
pois muito
mais bela era ela
do que uma
simples rosa:
era uma plumeria
matizada,
de aroma
incomparável.
Jorge C. Chora
28/9/2025
IMAGEM DE IA
O BEIJO NA
MINHA MÃO
Tenho comigo,
o mais importante
no mundo:
o beijo por
ti dado,
na palma da
minha mão.
Guardo-o
como um tesouro.
Ainda
recordo o calor dos teus lábios,
o prolongado
tempo que os deixaste repousar,
como um
marco do teu amor.
Tenho as minhas
mãos em concha,
para nada do
teu ardor deixar escapar.
Só quando
outro me deres,
abrirei as mãos,
e espero
seja já amanhã,
esperançado em
colar os teus lábios aos meus.
Jorge C. Chora
27/9/2025
OS MEUS
DESEJOS
Ah! Quem me
dera
ser rio,
matar-te a
sede
e o desejo
de seres mimada
da cabeça
aos pés!
Não terias
um só dia sem te sentires
acariciada,
livre e banhada.
Rodopiaria
em torno dos teus seios,
acariciar-te-ia
o umbigo,
sem me
esquecer dos cuidados
a ter com as
duas partes sensíveis,
com as tuas
maravilhosas nádegas
e os teus sacrossantos
orifícios!
Ah! Quem me
dera ser rio,
deixar-te
relaxar, pensar em liberdade,
sem
constrangimentos nem falsos pudores,
desejares um
mundo tão belo quanto a tua nudez,
sem truques
sujos, intrujices, egoísmos e maldades!
Jorge C. Chora
26/9/2025
UM ESTRANHO
AMOR
Amante da boa-vai–ela,
mal a viu,
ficou dos
seus olhos cativo.
Eram negros
e profundos
e
aprisionaram-no ao primeiro olhar.
Enfureceu-se
quando se lhe apresentou
e ela,
sorrindo, não lhe disse como se chamava.
-Ela é muda
-murmurou-lhe ao ouvido Filomena-
amiga de
ambos.
Arrependeu-se
de imediato de a ter mal julgado.
Aquele
encontro transformou-lhe a vida.
Só amou a
Margarida, assim se chamava ela,
incapaz de
amar qualquer outra,
parecendo-lhe
até uma maldição.
Um dia,
Filomena telefonou-lhe pedindo-lhe
para
comparecer, com urgência, no Hospital onde
estava
internada Margarida.
O seu
coração quase parou ao vê-la,
Ela
estendeu-lhe a mão e quando ele lha deu,
agarrou-a
com força, beijou-a e colocou-a no seu peito.
Artur
percebeu que ela também o amava.
Após
recuperada, nunca o casal foi visto sem estarem de mão dada.
Jorge C.
Chora
22/9/2025
IMAGEM DE IA
ASPETOS DA
ERICEIRA D’OUTRORA
Uma das
atividades locais,
ainda não
muito longínquas,
era o bronzeamento
dos traseiros.
Bastava que
fossem ao LARGO das Ribas,
se debruçassem
sobre o pequeno muro
que separava
a arriba, da praia dos pescadores,
e as
traseiras de cada um (a), quer quisessem ou não, ficavam
parcialmente
expostas, aos mirones e ao bronzeamento
gratuito.
Com o
acréscimo da altura do muro,
desapareceu a
magia dos rabos bronzeados,
e para
muitos, uma imagem certamente, desejada.
Jorge C. Chora
21/9/2025
IMAGEM DE IA
O AMOR É
ASSIM
- Diz-me tu,
dir-te-ei eu,
se gostas
tanto
de mim,
como eu de
ti,
-Sugeriu
Mimi-
de lábios
entreabertos,
esperando a prova,
d’amor
desejada,
ansiosa e
trémula de desejo.
Francisca
sorriu, pegou-a
ao colo, e
deu-lhe um beijo
tão apaixonado
e demorado,
que Mimi
aflita lhe disse:
-Meu Amor, estou a adorar,
mas deixa-me
respirar!
Jorge C. Chora
18/9/2025
IMAGEM DE IA
AO PESSOAL QUE TRABALHA
Vadia, noite e dia,
não trabalha, nem nuca trabalhou,
assim o ajude Cristo,
nesta missão de nada fazer.
Dar-lhe-á as suas bênçãos,
e promete na igreja passar,
todos os dias sem falta,
e colher o que as
beatas lhe dão,
e o sinal da Cruz fará a preceito,
se lhe derem aquilo que
lhe convém,
para manter o digno estatuto,
de viver sempre bem,
ao lado de quem sempre trabalhou
e anda a mendigar um tostão
Jorge C, Chora.
14/9/2025
UMA PÉTALA
CAIDA DO CÉU
Um cacho de
atletas formava
a imagem de
uma bela e colorida flor,
num exercício
difícil de executar.
Artur, ao
junto delas passar,
uma das
pétalas ao seu colo caiu.
A Pétala colou
os seus braços
em redor do seu
pescoço,
enquanto ele
ao colo a segurava com firmeza.
Entreolharam-se
e gostaram de o fazer.
Livre e
empoderada, o seu pescoço,
como agradecimento
a tê-la amparado na queda beijou.
Sentiu-o estremecer
e repetiu o beijo,
Aproximando-se
da orelha sussurrou-lhe
algo, que o fez
dar-lhe um prolongado beijo,
totalmente
correspondido.
Sempre com
ela ao colo,
levou-a para
sua casa distante alguns metros do local.
Decidida,
empoderada e inteligente,
nunca mais
de lá quis sair,
e ele com a
linda pétala com agrado e amor ficou,
e até hoje,
nunca se arrependeu de ao colo a ter amparado.
Jorge c. Chora
14/9/2025
IMAGEM DE IA
É triste ver
um olhar vazio,
sem desejo,
sem brilho e sem malícia,
opacos e ausentes
de vida e alegria.
Não morra
antes de tempo,
deseje, cobice,
peque,
abra-se ao
mundo,
sem magoar
ninguém,
e quiçá consiga
o que quer,
ressuscitar
e dizer:
- Que bom é
viver!
JORGE C.
CHORA
11/9/2025
IMAGEM DE IA
A MINHA
AMIGA CARLOTA
Ignoraste-me
ao passar por ti,
fiz o mesmo
que tu.
Só quando me chamaste
e pediste
para acabar com o jogo,
te coloquei
uma condição para o fazer:
-Só se me
deres um beijo!
-Na face ou
na boca?
- Decides
tu!
E ela
decidiu, a meu ver muito bem.
Agora, ao encontramo-nos,
trocamos sabores
tão
variados, umas vezes a saberem a chocolate,
outras a
chantilly ou a morango.
Jorge C. Chora
10/9/ 2025
IMAGEM DE IA
A CANÇÃO DO
TIRANO
Sou tirano e
fui eleito,
aí que bom é
governar,
mandar e
desmandar,
mesmo sem
saber governar.
O Mundo é o
meu reino.
Tenho vassalos
e não sou rei,
quem aqui
bate o pé,
não é a ralé
ou é?
À fava com
os direitos,
o cidadão ou melhor,
os servidores,
têm deveres.
Tudo é meu, nada
é teu.
Duvidas? dou
e tiro,
tiro e dou a
quem quero:
nomeio
juízes fiéis, o exército
é meu e faz
o que eu mando,
expulso os
que não gosto,
insulto quem
me dá na gana,
só ouço os
amigos que me cercam,
faço o que
me apetece,
pois a ralé,
nem sabe o
que o ostracismo é,
senão há
muito me tinham exilado,
para o quinto dos infernos!
Jorge C. Chora
7/9/2025