A Beira dos anos 60, mais propriamente a zona turística
Macúti/Estoril, era frequentada por milhares de estrangeiros, nomeadamente
rodesianos, que aí passavam as suas férias.
O parque de campismo, os hotéis e residenciais,
acomodavam-nos. A proximidade da praia, as camas elásticas no areal, o andar de
skis, o body board e o surf, utilizando as enormes e pesadas pranchas da época
e as inúmeras diversões citadinas, atraiam os turistas. A cerveja “Manica”, os
pitéus e a culinária variadíssima, também eram trunfos de grande valia.
Na época estavam na moda os casacos com listas verticais,
fazendo recordar os pijamas. Trajavam os “bifes” fatos de banho durante o dia,
mas no final da tarde, nas esplanadas, apresentavam-se com os ditos casacos e
de calções, a maior parte das vezes.
No Macúti, um vizinho
da nossa idade, achou por bem, em questão de moda, não ficar atrás da
estrangeirada. À tardinha, envergava um casaco de pijama listado, saía e ia dar
uma volta até ao “camping”. Passava em frente aos hotéis e às esplanadas, bamboleando-se
com um “aplomb” de causar inveja, um estilo de “portuga-bife” sui generis, como
que transmitindo a mensagem “não são só vocês que sabem andar de pijama”. Regressava
a casa, satisfeito com a passeata e com o “show” que dera.
Ao dar a sua voltinha diária, envergando o seu bem passado
casaco, dava uma lição de moda “pijamal”, já que nesta variante, era um
verdadeiro mestre.
Jorge C. Chora
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