Rola a pedra
na rua poeirenta,
à mercê
de quem passa
e lhe quer dar pontapés.
Cai perto de uma calçada esburacada, que a convida:
-Ó pedra, dava-me jeito que aqui ficasses…
-Não me importava…
Ainda não terminara e alguém a pontapeou.
Tombou a dois passos
de um quiosque de jornais:
-Ó pedra, que falta me fazes para segurar os jornais…
-Não me importava…
Ao terceiro pontapé, parou junto a uma loja de artesanato:
-Ó pedra, o teu formato quadrado vinha mesmo a calhar…uma
pincelada
e zás … eras uma
casinha…
-Não me importava…
Logo a seguir, atiram-na contra uma vidraça que fica
estilhaçada:
-Maldito calhau que não fazes cá falta nenhuma!
Jorge C. Chora
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