Morreu a boa-fé.
Sepultaram-na sem honra,
sem flores e sem glória,
pela calada da noite,
em dia de lua nova.
A má-fé bateu palmas,
festejada por espertos,
em detrimento dos tolos
e dos antigos crentes.
Nasceu uma nova época:
Paraíso de alcoviteiros,
aldrabões, caloteiros
e outros batoteiros,
de magos metamorfoseando
as mentiras em verdades
e as verdades em mentiras.
Para eles, a lei só tem três interpretações:
A deles, a dos amigos,
e a dos que melhor pagam.
Razão nunca deixou de ter
o sábio António Aleixo,
quando lapidarmente dizia:
“Rouba muito que, de resto,
Terás um bom advogado
Que prova que és mais honesto
Que propriamente o roubado.”
In António Aleixo, Este Livro Que Vos Deixo”, livro II, 21ª
edição, pág. 129, 1ª quadra.
Jorge C. Chora
2/4/23
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