Um ligeiro mugido despertou a atenção do leão. De imediato, no meio do matagal, tomou a direção certa em relação à origem do ruído.
Era um
bezerro recém-nascido, cuja mãe deveria ter sido capturada. O rugido do leão
fez-se sentir:
-Ninguém
toca no recém-nascido.
E nenhum dos
outros leões da alcateia, ousou sequer aproximar-se.
O bezerro
foi levado para o covil dos leões, onde foi tratado, alimentado, e teve direito
a um lugar à mesa.
O leão
afagava-o com a juba e o bezerro dava-lhe pequenas marradinhas.
Tornou-se um
membro da família.
Num dia em
que o mais novo da família fazia anos, todos gabaram a excelência da refeição.
Criticaram também os privilégios concedidos ao bezerro que nem se dignara ir à
festa.
O chefe da
família não disse uma palavra: limitou-se a olhar, de modo fixo, para o lugar
vago.
Só então
todos entenderam que tinham comido o bezerro.
-Ó pai, mas
se era para o comer porque esperámos tanto?
-Para
quantos dava o recém-nascido? Para um? dois no máximo. E a luta que evitei
entre vocês por aquele bocadinho? Agora deixem-me descansar
pois tenho a
barriga cheia.
Tenha
cuidado, evite ficar à mercê de um leão, se isso hoje em dia, for possível!
Jorge C.
Chora
5/4/2023
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