Ninguém soube ou quis
dizer-lhe, os caminhos
e desvios pelo rio tomados,
nem as canas nem as ervas,
incluindo as mais daninhas
para que ele em vão chorasse
a morte da sua amada Dadinha.
Nunca houve mulher mais amada,
nem mais maldosa e fingida
no falso amor dedicado,
a quem tanto a idolatrava.
Banhava-se nua com outro,
deleitava-se no seu néctar,
nos lenços de cambraia
pelo amado oferecido,
com desdém se limpava.
Deitou as roupas ao rio,
fingiu-se de morta e o amante,
nunca mais deixou de a carpir.
Envergonham-se a canas,
as ervas daninhas e os seres
mais pestilentos ali residentes,
das imundas velhacarias da Dadinha,
que continua a deleitar-se,
no mesmo rio, nas mesmas águas,
com todos os incautos que apanha!
Jorge C.
Chora
7/10/2022
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